SERPENTE VIVA
SERPENTE VIVA (Jô Mendonça Alcoforado)
Sou como cobra Que se arrasta pela caatinga Por entre a areia, as pedras E plantas verdes Rastejo e enrosco Meu bailado de serpente Dançando em curvas sinuosas Deixo os rastros Meu corpo lânguido Colorido e desenhado Devagarzinho se arrastando Faz caminhos Caminhos retos e às vezes tortuosos Dirige uma trilha Que vai dá no oceano Num mar repleto de tesouros encantados Deixei meu ninho Escondido pelos matos Pra minhas crias Não morrer sem deixar rastros Olho pro céu e vejo o sol Luz reluzente Queimando a pele Que é grossa e resistente E de repente me escondo Passando gente Sem deixar sombras, encanto! Eu sou serpente Fazendo um coque De cores feito rodilha Estou enroscada Também estou protegida Das armadilhas do mundo Serpente Viva! Obs: Poema publicado no Livro Ponte dos Sonhos 1 - Lançado dia 24 de Setembro de 2010 na Câmara Municipal de Niterói-RJ
JÔ MENDONÇA ALCOFORADO
Enviado por JÔ MENDONÇA ALCOFORADO em 27/09/2010
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